Seminários Internos do NuSom - 2023
Seminários Internos do NuSom - 2023
O Seminários internos do NuSom são um espaço para discussão dos projetos artísticos e acadêmicos dos participantes do Núcleo. Os encontros são abertos ao público em geral.
SEMINÁRIO II
Segunda-feira, 04/12/2023, 14h
Sala 12 do Departamento de Música
Eder Wilker Borges Pena
(Re)agentes de formação do experimentalismo
Este projeto irá abordar a correspondência dos experimentalistas da primeira metade do século XX a fim de desconstruir a possibilidade interpretativa de um aspecto messiânico que a figura catalisadora de Henry Cowell possa representar à formação estética experimental, assim como explorar a conexão da filosofia transcendentalista sobre a construção do pensamento experimental estadunidense como algo nativo. Com isto, esperamos trazer à luz os diversos (re)agentes do experimentalismo catalisados por Cowell que o tornaram uma estética hábil no pós-guerra.
Kino Lopes
O presente projeto tem como questão central a investigação do conceito de textura enquanto noção maior para o paradigma tanto pós-serial quanto espectral. Por mais que este conceito esteja presente no diagnóstico dos mais diversos autores (SOLOMOS (1993), DAHLHAUS (1991), STUCKENSHMIDT (1963), TOOP (1993)), na presente pesquisa tal noção será tratada conforme compreendida por Ferneyhough (1993) e Dufourt (2005). Serão examinados também os conceitos de espacialização, continuum e escrituração a fim de compreender a notação musical (como arquitetada ao decorrer da Ars Nova Notandi) enquanto material musical que possibilita o fenômeno de involução da escrita (DUFOURT, 1997) isto é, da manipulação mesmo da dimensão “texturial” e o tensionamento de instâncias lineares da estruturação musical. A pesquisa averigua igualmente as transversalidades que a noção de involução possui com pensadores das artes-visuais - como Greenberg (1997) e seu conceito de planarização e Growe (data) e seu entendimento de serialismo - como também do campo do cinema - Bordwell e sua noção de normas intrínsecas (data) e a concepção de Burch (2014) de “cinema paramétrico”. Por fim, trataremos de obras selecionadas do corpo artístico de Morton Feldman, Brian Ferneyhough e Beat Furrer com o fim de ilustrar a dialética entre o espaço gráfico e a escrita musical que age diretamente sobre a textura.
Lucca Totti
Makis Solomos identifica na história da música dos últimos 150 anos uma passagem entre uma música baseada na noção de nota e uma que centraliza o som, um movimento de superação do paradigma musical tradicional em direção a uma música-como-som. Esta apresentação busca relacionar a prática da improvisação livre não-idiomática, tida aqui como exemplo de música-como-som, com uma série de noções de sonoridade vindas de Pierre Schaeffer (2017), Jean-Luc Nancy (2002), Fred Moten (2003), entre outros. Busca-se argumentar que a música-como-som elabora uma noção de som fundada no excesso, na multiplicidade e na agência material, em contraponto à noção do som como matéria inerte advinda do paradigma musical tradicional. Essas elaborações mostram que, longe de um meio passivo, a materialidade sonora é em sua concretude uma força que excede e desestabiliza a sistematização musical abstrata, aliando-se assim intimamente com a noção de não-idiomatismo na improvisação livre, pensada aqui como a superação concreta e imanente de sistemas musicais predeterminados.
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SEMINÁRIO I
Segunda-feira, 27/11/2023, 14h
Sala 12 do Departamento de Música
Arthur Faraco
Escuta e Coordenação na Livre Improvisação Coletiva
Considerando que a escuta ativa é essencial nos processos interativos presentes na livre improvisação coletiva, nosso objetivo é analisar de forma experimental como os músicos direcionam sua atenção auditiva em situações de improvisação. Utilizando um aplicativo de auto-registro, os músicos registraram suas orientações de escuta durante sessões de improvisação livre. Neste seminário, discutiremos tanto o método empregado quanto os principais resultados de nossa pesquisa.
Cássia Carrascoza Bonfim
Música telemática: conectividade em ambientes virtuais
Vamos abordar nessa apresentação o desenvolvimento do projeto - Música telemática: conectividade em ambientes virtuais, financiado pelo Auxílio Pesquisa da FAPESP – processo 2022/05986-0. Este projeto é centrado no estudo teórico e prático da música de câmara telemática. Estamos desenvolvendo pesquisa sobre a obra telemática imersiva para flauta do compositor Paulo C. Chagas, bem como implantamos um centro de música telemática no Laboratório de Flauta do Departamento de Música da USP- RP (LaFlauta), onde criamos o Ensemble Telemático LaFlauta, grupo formado por alunos do departamento, com o qual estamos trabalhando com pedagogia da performance em ambiente virtual.
Fábio Martinele Neto
Wireable sound interface
A apresentação irá abordar a construção de uma interface wireless voltada para performance. Iremos abordar aspectos relevantes em torno das tecnologias utilizadas e das questões cênicas envolvidas na concepção do projeto. Nossa intenção será mostrar as diferentes formas em que o gesto e o movimento podem ser utilizados como parte integrante de uma performance cênico-musical.
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